HISTÓRIA
A História do Perfume
Jean-Jacques Rousseau, no século XIX, afirmou: "O olfato é o sentido da imaginação". De fato, o olfato é um sentido fundamental. Os estímulos aromáticos incitam emoções ou recordações. Um determinado cheiro pode suscitar memórias passadas e levar-nos numa viagem de sensações. O cheiro pode também ser a imagem de marca de uma mulher. Não foi por acaso que a estilista Coco Chanel disse que "o perfume anuncia a chegada de uma mulher e prolonga a sua saída".
Perfumes foram utilizados primeiramente pelos egípcios como parte de seus rituais religiosos. Os dois métodos principais de uso nesta época eram a queima de incenso e a aplicação de bálsamos e ungüentos. Óleos perfumados eram aplicados à pele para propósitos cosméticos ou medicinais. Durante os Reinos Velhos e Medianos, perfumes eram exclusivamente reservados para rituais religiosos como cerimônias de limpeza. Então durante o Reino Novo (1580-1085 AC) eles também eram usados durante festivais onde mulheres egípcias usavam cremes e óleos perfumados como prelúdio para fazer amor. O uso do perfume espalhou-se então para a Grécia, Roma, e o mundo islâmico. Com a queda do Império Romano, o uso de perfumes declinou. No século XII, com o desenvolvimento do comércio internacional, este declínio foi invertido.
Os perfumes fizeram enorme sucesso durante o século XVII. Luvas perfumadas ficaram populares na França e em 1656, a associação de fabricantes de luvas e perfumes estabeleceu-se. O uso de perfumes na França cresceu continuamente. O tribunal de Louis XV até foi nomeado "O Tribunal Perfumado" devido aos cheiros que diariamente, não só eram aplicados à pele mas também para vestimenta e mobília. O século XVIII assistiu a um revolucionário avanço na perfumaria com a invenção da Água de Colônia ou "Eau de Cologne". Esta mistura refrescante de alecrim, néroli, bergamota e limão era usada por uma multidão de diferentes modos: diluído em água de banho, misturado com vinho, como líquido para limpeza bucal, entre outros. A variedade de frascos de perfumes no século XVIII era tão larga quanto a de fragrâncias e os seus usos. O vidro tornou-se crescentemente popular, particularmente na França com a abertura da fábrica de Baccarat em 1765.
Assim como na indústria e nas artes, os perfumes sofreriam profundas mudanças no século XIX. Gostos variáveis e o desenvolvimento da química moderna colocaram as fundações de perfumaria como nós as conhecemos hoje. A alquimia abriu novos caminho para a química, e fragrâncias novas foram criadas. De nenhum modo a Revolução Francesa tinha diminuído o gosto pelos perfumes; havia até mesmo uma fragrância chamada "Parfum a la Guillotine". Debaixo do governo pós-revolucionário, pessoas, mais uma vez, ousaram expressar uma propensão para bens de luxo, inclusive perfumes.
Devido a seu jasmim, rosa e o crescente comércio de laranjas, a cidade de Grasse em Provence estabeleceu-se como o maior centro de produção de matérias-primas. Os estatutos de "fabricantes de perfumes de Grasse" foram passados em 1724. Paris se tornou a contraparte comercial para Grasse e o centro mundial de perfumes. Casas de perfumes como Houbigant (produz Quelques Fleurs, ainda muito popular hoje), Lubin, Roger & Gallet, e Guerlain eram todos baseados em Paris.
Logo, envasar tornou-se muito importante. François Coty, fabricante de perfumes, formou uma sociedade com Rene Lalique. Lalique produziu garrafas para Guerlain, D'Orsay, Lubin, Molinard, Roger & Gallet e outros. Baccarat juntou-se então, produzindo frascos para Mitsouko (Guerlain), Shalimar (Guerlain) e outros. A fábrica de vidros Brosse criou a memorável garrafa para o Jeanne Lanvin's Arpege, e o famoso Chanel N° 5.
1921 - Couturier Gabrielle Chanel lança a própria marca de perfumes, criada por Ernest Beaux. Ela o batiza de Chanel N° 5 porque era o quinto em uma linha de fragrâncias que Ernest Beaux a apresentou. Ernest Beaux foi o primeiro perfumista a usar aldeídos regularmente em perfumaria.
Os anos de 1930 viram a chegada da família de fragrâncias de couro. As florais também ficaram bastante populares com o aparecimento do Worth's Je Reviens (1932), Caron's Fleurs de Rocaille (1933) e Jean Patou's Joy (1935). Com a perfumaria francesa no auge nos anos de 1950, outros designers como Christian Dior, Jacques Fath, Nina Ricci, Pierre Balmain, entre outros, começaram a criar suas próprias fragrâncias.
Evolução – O perfume através dos tempos!!!
1900- A atriz Sarah Bernhardt representa as mulheres pálidas e românticas da época. Martirizadas pela moda vitoriana, buscavam alívio nos aromas refrescantes e suaves das colônias florais.
1910- O estilista Paul Poiret foi o primeiro a colocar em sua maison uma linha própria de perfumes. A partir de então, a conexão entre moda e perfume jamais seria desfeita. No cinema, Theda Bara idealizava a mulher fatal.
1920- Gabrielle Chanel seria responsável por uma revolução no mundo da perfumaria e da moda. Ela marcou a década com seu estilo único, apostando na sobriedade e no conforto, e com o lançamento do perfume Chanel nª 5.
1930- Greta Garbo, Katharine Hepburn e Jean Harlow dominavam as telas de cinema. Contrariando os tempos de crise, o estilista Jean Patou lançou Joy, o perfume mais caro do mundo.
1940- Paris era a capital do luxo e Nova Iorque ditava o contemporâneo. Hollywood virou a fábrica de sonhos. Os cabelos de Rita Hayworth inspiravam a moda e as curvas de Mae West motivaram a criação do perfume Femme de Rochas.
1950- A sofisticação e a inocência de Audrey Hepburn foram traduzidas no perfume L'Interdit. Chanel nº5 ganharia a mais célebre das garotas-propaganda, que confessava dormir apenas com algumas gotas do perfume: Marilyn Monroe.
1960- Os Beatles e os Rolling Stones embalavam o pop dos anos 60. Surgiam as minissaia e a modelo Twiggy, musa da extrema magreza. As grandes mudanças de comportamento eram marcadas por fragrâncias que evocavam a liberdade.
1970- A quebra de toda a sorte de tabus era prenunciada na década na qual as mulheres clamavam por sua individualidade. A tendência oriental na perfumaria seria imortalizada com o lançamento de Opium.
1980- Fragrâncias mais densas acopmanhavam o clima de competitividade sem limites. Madonna inspirava o corpo "construído" nas academias e Jean Paul Gaultier chocava nas passarelas com sua moda provocativa.
1990- A década foi marcada pela globalização e pela interatividade e a perfumaria por dois ícones: o unissex CK One e o saboroso Angel. A moda voltava-se para o minimalismo.
2000- Os perfumes do Novo Milênio parecem revelar os anseios da nova era com nomes sugestivos e personalidades distintas. Um universo que não tem fim.
Futuro- Não há limites para a imaginação dos criadores. As plantas, as águas e até mesmo o espaço podem ser fonte de inspiração para a perfumaria do futuro.
(crédito: d' France)